"É na cidade que a vida acontece", essa é a máxima pra justificar o envolvimento e, às vezes, uma paixão mais exacerbada do eleitorado em um pleito municipal. Acontece que a disputa à prefeitura de Santa Maria, tanto no primeiro quanto no segundo turnos, trouxe consigo um dado estarrecedor: a maior abstenção dos últimos 20 anos.
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Na votação do dia 15 de novembro, 58 mil pessoas não foram votar, depois, no dia 29, o número foi ainda maior (64 mil), em uma clara demonstração de que a política não mobiliza a sociedade. E, na pior das análises, revela uma descrença na própria democracia. Até porque a política é resolvida apenas com mais política.
RENOVAÇÃO
E, para o próximo dia 1º de janeiro, quando começa a nova legislatura (2021-2024), teremos dos 21 vereadores - 10 estreantes. Um impressionante feito, que, de certa forma, deu fim a uma era de quase mandatos vitalícios dentro da Casa. Ainda que referendados pelo voto popular, tivemos, por muito tempo, verdadeiros feudos dentro da Casa: a perpetuação de senhores que se mantinham - por meio de redutos eleitorais -, mas sem um trabalho efetivo.
Ares de renovação sopraram e trazem alento à política local. A diversidade, na sua forma mais próxima do que é a sociedade, está saindo, aos poucos, das galerias do Plenário, para o lado de dentro da Câmara - na condição de protagonista.